• 26 out

    Travessia até as Canárias

    Não há muito o que contar sobre alguns dias no mar quando o tempo é bom. Por termos estudado bastante a previsão para os próximos dias e ter saído na hora certa, não tivemos problema nenhum e foram quase seis dias de uma velejada incrível. Com vento sempre a favor. É bem verdade que logo na saída uma dessas tempestades passageiras nos pegou em cheio, mas foi só para nos molhar e acalmar as ondas.

    Depois de um dia fizemos uma parada super rápida na marina em Almerimar para reabastecer de diesel, já que sabíamos que até chegar no Atlântico seria sem vento algum e teria que ser mesmo no motor as próximas 24 horas.

    Às seis horas da manhã do segundo dia chegamos na entrada do estreito. Uma neblina chegou do nada e não víamos um palmo à nossa frente. Sempre nessas horas! Vários navios ancorados, alguns saindo do porto, outros entrando, barcos de pesca, etc….. Diminuimos bastante a velocidade e fomos entrando bem devagar, até que a neblina dissipou e deu pra ver a ponta de Gibraltar, um rochedo enorme. Incrível! Gibraltar é um território britânico mas que se localiza bem no extremo sul da Espanha. De um lado a Europa e do outro a Africa, bastante próximos um continente do outro.

    Duas horas depois entramos no mar aberto, finalmente o Oceano Atlântico. A partir daí foi descer ladeira abaixo até as Canárias. Agora para os velejadores; no começo o vento veio de través, uma maravilha. O barco andava a 8 nós com um vento aparente de 12. Depois foi virando para alheta até que ficou bem empopado. Para um veleiro seria um pouco incomodo, mas para um catamarã foi super tranquilo. O único problema é que perdemos bastante área vélica já que tivemos que enrolar um pouco a genoa, pois uma atrapalhava a outra. Ainda conseguimos por bastante tempo velejar com uma vela para cada lado, mas quando o vento caiu um pouco já não deu mais. Mesmo com apenas uma vela velejamos a 12, 13 nós na surfada das ondas. Faltando meio dia para chegar, ainda tívemos que ir diminuindo pano até tirar todas as velas para não chegar à noite. Enfim, depois de cinco dias e meio super tranquilos, chegamos na Ilha Graciosa. A primeira ilha das Canárias pra quem chega vindo do norte.

    As imagens ficam por conta do sol, que fez pose duas vezes por dia para as fotos.