Trinidad e Tobago
Foi o tempo de o avião decolar e eu já estava no barco levantando a âncora para começar a descer para Trinidad. Mesmo porque o tempo já estava pra mudar e eu não queria ficar preso em Union Island por mais uma semana.
Em dezembro houve alguns casos de pirataria perto da costa de Trinidad, e o conselho de todos era navegar com todas as luzes apagadas, chegar bem cedinho, e de preferência domingo ou segunda, que são os dias que os vagabundos estão de ressaca do fim de semana e não costumam “trabalhar”. Fiz as contas e decidi sair logo em seguida que eles foram embora.
Saí às 17:00 na sexta-feira. Minha intenção era fazer uma parada em Grenada para descansar e aproveitar para mergulhar nas estátuas submersas, muito famosas no mundo todo. Sair até às dez da manhã de Grenada no sábado e chegar às seis da manhã de domingo em Trinidad.
E graças a Deus deu tudo certinho, mar bom, sol, noite de lua cheia, céu limpo……. e sem piratas! Às quatro da madrugada já estava jogando âncora na baía de Chaguaramus, em Trinidad.
Em Trinidad não tem o que fazer a não ser preparar os barcos para irem navegar ou para deixá-los em terra para poder cada um voltar para seu país. As duas principais marinas têm toda infraestrutura para qualquer tipo de concerto e o preço mais barato de todo Caribe.
Com o barco já fora da água começaram os preparativos para poder voltar. E como tem coisa para fazer! E não é simples como fechar a porta de uma casa e ir embora. A lista era interminável, e sozinho as coisas complicam. Por sorte ainda estavam em Trinidad o Agustin e a Simone do veleiro Huaiqui que me ajudaram bastante e ainda conheci muitos outros que também viriam me ajudar mais para frente, até mesmo depois que voltei. Como a Marli e o Luis do Green Nomad, o Nicolas e a Maite do catamarã Louro (que por incrível coincidência foram nossos vizinhos por mais de um mês em Ibiza e não havíamos nos conhecido), a brasileira Cristiane casada com o norueguês Marius do veleiro Madrugada e o Carlos, skipper de um lindo veleiro Swan. Foram duas semanas, apesar de todo trabalho num calor insuportável, muito legais. Com bastante papo jogado fora e até um churrasco com picanha rolou numa noite muito agradável com os novos amigos.
Com o barco pronto para ficar invernado por um longo período, já não me restava nada a fazer do que voltar para casa e rever filhos, esposa, pais, irmãos, família, amigos, funcionários, negócios, enfim, voltar à vida de um cidadão comum.
E no último dia 6 de março, depois de onze meses vivendo no mar, voltei a dormir numa casa outra vez.
Gostaria de agradecer a todos aqueles que nos acompanharam nesse período e que de alguma forma sempre nos apoiaram e rezaram para que tudo desse certo. Aqueles que nos ajudaram com qualquer forma de patrocínio como, Actmob, Dewa, Fastball e Bandeirart. Aos meus pais que ficaram aqui com o coração na mão mas sempre nos apoiaram. Aos meus irmãos, André e Gustavo, e aos amigos Rafael e Marquinho que me ajudaram a cruzar o Atlântico. E ao meu sócio e a todos meus funcionários que permitiram que eu pudesse ficar fora por um ano. Meu muito obrigado!