Depois de dez dias visitando as primeiras ilhas e praias da Grécia, fica eleita a praia de Porto Katsiki como a vista mais linda até agora. A praia está entre as cinco mais bonitas da Europa e não é a toa! A vista de cima do morro, por onde se chega de carro, é absurda! A cor da água com o contraste das pedras brancas é de soltar um palavrão quando se vê pela primeira vez.

Outro acontecimento muito importante nessa semana foi a nossa primeira festa de aniversário a bordo, a Marina completou 4 aninhos, com direito a bolo, bexigas, sorvetes, e até brigadeiro! Que de brigadeiro mesmo só tinha a aparência…..

Nesses dias passamos pela ilha de Ithaca, ilha natal de Odisseu. No ano de 1170 a.C., Odisseu participou da Guerra de Troia, que durou dez anos e depois levou mais dez anos pra conseguir voltar à sua terra. O que faz a falta de um GPS!!

Hoje estamos na ilha de Cefalônia, onde visitamos a Gruta de Melissani. Aqui já estamos nos preparando para subir pra ilha de Corfu, onde provavelmente devemos ir até a Albânia pra renovar nosso visto europeu. A Albânia está apenas a 2 km da ilha de Corfu e por isso não podemos perder essa chance de sair e entrar na Europa outra vez.

Até a próxima semana!

Finalmente no dia 9 de maio, sábado de manhã, deixamos as mordomias do cais da marina de Preveza para trás e  começamos nossa viagem. Aquele frio na barriga de não saber o que vai encontrar pela frente e sabendo que agora qualquer erro seu com a navegação, acabaria com tudo. Mas como Deus é bom, saímos numa manhã tranquila, sem vento e céu azul.

Saímos em direção sul no sentido da ilha de Levkada, que dizem ser a mais linda desse lado do mar Ionio. Primeiro tivemos que passar pela ponte que separa a ilha do continente que só abre de hora em hora. Ficam todos os barcos esperando do lado de fora do canal e quando abre é aquela fila indiana de veleiros acelerando pra não perder a chance, senão só depois de uma hora. A água é de um azul diferente daqueles do Caribe, um tom muito bonito.

Foram umas três horas pra chegar na nossa primeira ancoragem, a baía de Vlikho. Uma baía muito calma cheia de restaurantes sobre a água. Como aqui dentro da baía a água é num tom como a nossa do Brasil, deu pra lembrar alguns pontos da baía de Ilha Grande.

Saímos na manhã do dia seguinte pra ir conhecer as ilhas do lado de fora, onde a água é transparente. Nossa ideia era já parar na baía de Vathi, mas como era pequena demais e muito funda pra se ancorar, resolvemos dar a volta e parar na baía Atheni. Paramos em frente ao único restaurante dessa minúscula baía, e o melhor foi descobrir que a internet do restaurante chegava no barco e sem senha! Nem precisamos ir até lá tomar um café pra pegá-la! Como era domingo de Dia das Mães, falamos a vontade pelo skype e vimos todos da nossa família pela câmera. O que é a tecnologia de hoje!!!

Bom, dizem que aqui atrás de onde estamos tem umas grutas bem legais. Vamos deixar pro próximo post!

Hoje consegui sentar pra escrever nosso segundo post! E acho que um por semana fica legal pra todo mundo, pra quem lê e pra quem escreve! Parece que não, mas falta tempo pra fazer tudo, o barco e as crianças tomam todo nosso tempo.

Aqui na Grécia só te dão a permissão para navegar se o barco tiver seguro e ainda com a lei deles. Como ainda não ficou pronto, ao invés de ficarmos parado no pier aqui na cidade de Preveza, resolvemos visitar Atenas e uma das ilhas Cyclades, Santorini. No caminho passamos pelo canal de Korinthos, o canal que liga o Mar Egeu ao Golfo de Korintho.

O canal começou a ser construído por escravos no ano de 67, a mando do Imperador romano Nero, com “pás”!! Mas a obra foi abandonada depois de sua morte, retornando somente em 1881 e terminando em 1893. É lindo tanto de dia como de noite, todo iluminando. A vontade de passar por lá com o barco não faltou, mas o “tempo” e os “300 euros” pra passar o canal na ida e na volta, nos fez mudar de ideia.

Atenas pra quem conhece sabe como é….. muita história, muitas imaginações, muitos restaurantes, museus, e caminhada! O que não se pode perder é a troca de guardas do Parlamento, um espetáculo a parte e muita risada ao ver as crianças tentando imitá-los!

Santorini tem que ter paciência pra chegar. É a última ilha das Cyclades, cinco horas pra chegar com o barco rápido!! Tem o devagar também que custa a metade do preço….. mas demora oito horas! A ilha é linda, com penhascos de mais de 200 metros. As praias são de areia preta, já que foram formadas com a erupção do vulcão cerca de 3600 mil anos. As vilas de Fira e Oia (se pronuncia Ia) dão o charme da ilha, cheias de restaurantes, lojas e hotéis de luxo. O por do sol visto de Oia é muito famoso e lota todas as tardes de turistas do mundo todo. O que nos surpreendeu em Santorini foi a quantidade de chinesas casando na ilha, realmente esse povo está com o “dindin”!!

Bom, depois de 14 horas de viagem, sendo 5 de barco, 6 de ônibus e mais 3 horas de espera no porto e na rodoviária, estamos de volta a nossa casa! Que de onde não pretendemos sair tão cedo!

Espero no próximo post já escrever de outro lugar, não que não gostamos de Preveza, nos sentimos muito bem aqui, mas a viagem tem que começar!

A chegada!

Dia 20 de abril de 2015….. o dia em que percebi que era real! Apesar de já ter visto o barco dez dias antes, dessa vez era diferente. Estava trazendo minha família para morar a bordo de um catamarã que eles nunca tinham visto, e pior, na Grécia! É daqui que vamos começar nossa aventura. Longe de casa, outra língua, outra cultura, outras comidas, outras letras, ou seja, tudo diferente. Era uma sensação de insegurança e incertezas misturada com alegria e ansiedade. As crianças estudariam a bordo através de um ensino a distância, mais um motivo para incertezas…. Como seria tudo isso?!?! Bom, a primeira vista parece tudo que está indo muito melhor do que eu esperava! Parece com todas as histórias de todos os livros que li de famílias que moraram a bordo de um veleiro e optaram por essa vida de liberdade. Mas é só o começo…..

Faz uma semana que chegamos e, pelo menos pra mim, parece que já estamos aqui há um tempão só pela afinidade que estamos tendo com o barco. A família que estava vivendo a bordo do “Delphis”, antigo nome do barco, cuidou muito bem dele, e acho que esse é o maior motivo de estarmos felizes. Não tivemos um trabalho com nada, até agora foi só colocar nossas coisas em ordem e curtir a nova vida! Obrigado Marco, Cris, José Luiz, Luque e Marina. Prometemos que iremos cuidar muito bem do novo “Manga Rosa”!